Corte de custos da Braskem compromete alimentação, segurança e saúde de trabalhadores no Polo de Triunfo

A busca pela redução de custos, por parte da Braskem, está atingindo níveis alarmantes no Polo Petroquímico de Triunfo. Recentes decisões da empresa têm comprometido diretamente a qualidade da alimentação e a segurança dos trabalhadores, afetando tanto as condições de trabalho quanto a resposta a emergências.

Um dos principais retrocessos foi a substituição do sistema de buffet por quentinhas para os trabalhadores do laboratório. As refeições, agora acondicionadas em caixas térmicas e sem sistema de aquecimento, representam um claro rebaixamento na qualidade da alimentação oferecida. A medida tem gerado indignação entre os trabalhadores, que esperam de uma empresa do porte da Braskem, considerada “de classe mundial”, o respeito mínimo às condições dignas de trabalho.

A situação se agrava para os trabalhadores da área de emergência, que também perderam o acesso à alimentação na copa da unidade. Eles passaram a ser obrigados a se deslocar até o restaurante central para se alimentarem. Como a sala de comunicação de emergência não pode permanecer sem pessoal, os trabalhadores precisam fazer revezamento para as refeições, o que, na prática, aumenta o tempo de resposta a situações de risco. Esse tempo é decisivo no enfrentamento de sinistros e pode colocar em risco não apenas os trabalhadores, mas toda a estrutura industrial.

Apesar do discurso oficial da empresa, que afirma que “a segurança é inegociável” e que “as pessoas são o maior bem da Braskem”, as ações mais recentes mostram o contrário. A gestão da empresa reduziu em 20% o número de brigadistas no combate a emergências no Polo. A justificativa apresentada pela coordenação de emergências da empresa é a Resolução Técnica 15 de 2024, do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul, que permitiria um corte ainda maior. No entanto, segundo a empresa, a decisão de limitar a redução a 20% teria sido tomada em nome de uma postura “protetiva”.

Na prática, essa redução representa um risco real. A diminuição do efetivo de brigadistas se soma a outras medidas de contenção de custos, como a retirada de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) em algumas áreas e a insuficiência de equipamentos de ar mandado para todos os serviços que exigem o uso. Essa combinação expõe os trabalhadores a contaminantes como o benzeno, substância altamente tóxica.

Para o Sindipolo-RS, essas medidas representam uma grave violação das condições de segurança e saúde dos trabalhadores. O sindicato denuncia que os discursos da empresa estão cada vez mais distantes da realidade enfrentada pelas equipes dentro das unidades. O corte de custos, quando atinge itens essenciais como alimentação, segurança e proteção à saúde, revela uma lógica de gestão que desvaloriza a vida dos trabalhadores em nome da rentabilidade.

O Sindipolo continuará acompanhando a situação, denunciando os retrocessos e exigindo que a Braskem reveja imediatamente essas medidas, retomando o respeito aos direitos e à dignidade dos trabalhadores.

Querido amigo, camarada e companheiro JORJÃO

Iniciou nos anos 80 a sua atividade profissional no Polo Petroquímico de Triunfo-RS como Técnico Mecânico Industrial na empresa Polisul, que depois passou a se chamar Ipiranga Petroquímica e atualmente Braskem-PP2/PE5.
Já no final dos anos 80 (1989) ajudou intensamente na construção do Sindipolo como uma entidade sindical combativa, atuante e classista, fazendo parte do MAS (Movimento de Ação Sindical), assumindo, junto com outros companheir@s a Direção do Sindipolo.
Uma das primeiras conquistas do Sindipolo que teve participação crucial do companheiro JORJÃO, foi a Conquista da 5ª Turma de Turno no Polo-RS, obtida pela vitoriosa Greve de 1989.
Idealizador do monumento pelos 10 anos da conquista da 5ª Turma de Turno na via de acesso ao Polo (RST 124), uma rocha monolítica instalada na Rótula 3 (Rótula da Corsan/Sitel).
Ajudou também na organização do Departamento Nacional dos Químicos na CUT, que na sequência no desenvolvimento do movimento sindical, passou a ser a CNQ.
Sempre presente, perene e atuante na Luta Antirracista, debatendo e fazendo avançar as atitudes contra os preconceitos raciais, fortalecendo o MNU e educando a temática Antirracista por dentro do Movimento Sindical.
Participou do Governo do Rio Grande do Sul (1998-2002) com Olívio Dutra e Miguel Rossetto desenvolvendo a Economia Solidária.
No Governo Lula (2003) pode dar sequência nacional na Economia Solidária através de sua participação na Secretaria da Economia Solidária.
Graduado em História na Unilasalle de Canoas/RS, seguindo na sua formação acadêmica com o Mestrado e Doutorado, na qual defendeu tese sobre os Quilombos em Canoas.
JORGE LUIS DA SILVA NASCIMENTO, o Guerreiro JORJÃO, um legítimo militante da Classe Trabalhadora!
Sua garra, autenticidade e perseverança permanecerão para sempre na História do Movimento Sindical e Antirracista no Brasil!
JORJÃO, presente, agora e Sempre!

No dia 28 de Abril, petroquímicos destacam a importância da saúde e segurança dos trabalhadores/as

Em ato realizado na manhã da segunda-feira (28), na chegada dos trabalhadores/as no Polo Petroquímico de Triunfo-RS, sindicalistas do SINDIPOLO e do SINDICONSTRUPOLO distribuíram informativo alusivo a Data e com destaque da contaminação química pelo BENZENO aos trabalhadores, alertando a importância da Data para uma reflexão necessária sobre saúde e segurança no meio ambiente de trabalho.
O Dia 28 marca o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho e Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, que tem como objetivo chamar a atenção para o grave e absurdo quadro de vítimas de adoecimentos e mortes no trabalho no Brasil e no Mundo.
De fato, os dados são alarmantes:

  • Cerca de 2,3 milhões de mortes anuais por causas laborais (acidentes ou doenças como câncer ocupacional);
  • 317 milhões de acidentes não fatais por ano, muitos resultando em incapacidade permanente;
  • Perdas econômicas equivalem a 4% do PIB global, destacando impactos humanos e financeiros.
    Os sindicalistas aproveitaram o ensejo da Data para, novamente, chamar a atenção para o retrocesso que vêm sendo pretendido pela patronal no Anexo 13-A da NR-15 em relação a exposição ao Benzeno.
    No informativo distribuído há um apelo para que sejam retomadas as Comissões Nacional e Estaduais do Benzeno, a fim de voltar a ter mais proteção aos trabalhadores e trabalhadoras do Polo Petroquímico-RS e do Brasil, inclusive o retorno das visitas técnicas e verificação se o Acordo Nacional do Benzeno está sendo cumprido.
    Nesse sentido, convocaram a Categoria a participar do Abaixo-Assinado, com objetivo de somar forças junto ao Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e outros setores do governo que atuam na Comissão Tripartite Paritária, para que não haja retrocessos. Lembrando que o Benzeno é altamente cancerígeno, genotóxico, que mata trabalhadores do “poço ao posto”!
    Para os trabalhadores, as comissões, o acordo nacional, os GTBs, entre outras, são ferramentas que desde 1995, portanto, há quase 30 anos, vinham sendo utilizadas para proteger e avançar em direção a condições mais seguras contra a exposição a esse agente químico “assassino”. Mas em agosto de 2019, a pedido da organização patronal, o então governo Bolsonaro liquidou com as Comissões Nacional e Estaduais do Benzeno, o que acabou com o monitoramento ao produto, consequentemente levando a uma maior exposição.
    Os Sindicatos das categorias que lidam com o Benzeno nos seus processos, estão, desde 2019, tentando retomar as condições mais seguras à saúde e à vida, mas só em 2023, no governo Lula, tiveram acesso ao Ministro e, em 2024, houve a retomada parcial da Comissão Nacional, ainda não Permanente. E por isso, nesse Dia 28, é importante lembrar a toda a Categoria e a toda a Classe Trabalhadora a importância desta Data, para que os trabalhadores/as não sejam mais vítimas do adoecimento e morte no trabalho.
    Portanto, é um dia de LUTO, mas também um dia de LUTA pela saúde e vida dos trabalhadores e trabalhadoras, ou seja, da Classe Trabalhadora.
    Participe do Abaixo-Assinado pelo link https://sindipetro-rs.org.br/benzeno/
    BENZENO É PIOR QUE VENENO! BENZENO MATA!

Sindipolo-RS sedia formação do DIEESE sobre meio ambiente, mundo do trabalho e COP 30

Na tarde desta quarta-feira (23), o Sindipolo-RS sediou uma importante formação promovida pelo DIEESE sobre meio ambiente, mundo do trabalho e os desafios que se colocam com a realização da COP 30, em 2025, no Brasil. O evento reuniu representantes de diversas entidades sindicais no auditório do sindicato, em Porto Alegre, com participação de organizações como CPERS, Sindipetroleiros, Sindicato dos Sapateiros, Sindbancários, Sindiágua, Sinpro e a CUT-RS.

A formação teve como expositor o economista e pesquisador do DIEESE, Cloviomar Pereira, e foi mediada pelo diretor técnico do órgão, Ricardo Franzoi. Cloviomar ressaltou a urgência de incluir os trabalhadores no debate ambiental: “Os trabalhadores não estão incluídos no debate ambiental e eles são os mais afetados. É preciso trazer o debate ambiental para dentro do movimento sindical. O DIEESE está trazendo esse tema para os trabalhadores”.

Durante a atividade, foi destacada a necessidade de compreender como as mudanças climáticas impactam diretamente o mundo do trabalho. Eventos extremos, como as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em maio de 2024, deixaram centenas de trabalhadores sem casa, sem emprego e sem condições adequadas de trabalho. A crise climática, segundo os especialistas, já não é uma ameaça distante, mas uma realidade que exige ação imediata.

O presidente do Sindipolo-RS, Ivonei Arnt, ressaltou a importância de o sindicato estar engajado na construção de uma pauta ambiental dentro do movimento sindical: “É fundamental que os sindicatos assumam seu papel na defesa do meio ambiente. A pauta ambiental não pode estar dissociada das lutas dos trabalhadores. Quando falamos de enchentes, calor extremo, falta de água, estamos falando de saúde, de segurança, de emprego. Tudo isso nos afeta diretamente e precisa estar nas nossas mesas de negociação”, afirmou.

Ao final da apresentação, os sindicalistas presentes participaram de um debate mediado por Ricardo Franzoi. A troca de experiências e reflexões reforçou a importância de integrar as discussões ambientais às estratégias das entidades sindicais, ampliando o olhar para além das reivindicações imediatas e pensando também no futuro do trabalho frente às transformações climáticas globais.