A Realidade Por Trás da Reforma na Sala de Controle da Innova.

A busca incessante por produtividade e a otimização de custos, muitas vezes, sacrificam as condições de trabalho dos trabalhadores, podendo resultar acidentes trabalho.


O exemplo é a reforma da sala de controle da Innova que contemplam a manutenção, operação e controle de várias unidades da empresa no mesmo local. Está, visou mais a aparência para o cliente visitante do que o bem estar, o sossego e a calma destes trabalhadores da operação dos Painéis de Controle “SDCD”.

A segurança operacional ficou bastante comprometida porque piorou a acústica do local prejudicando o entendimento do campo com o painel na rotina do dia a dia e piorou numa emergência operacional quando os alarmes, as falas deste local se misturam causando uma extrema dificuldade de entendimento que pode comprometer a segurança de controlar com eficiência uma empresa de alto grau de risco. Contribui com estes desvios de segurança a falta de rádio de comunicação dos operadores de área e a deficiência de comunicação dos poucos rádios existentes que podem acabar gerando acidentes trabalho por falha de comunicação campo/painel.


Infelizmente, a gestão produção conhece o problema e não tomam uma atitude para previnir a segurança. A gestão de produção deve se conscientizar que a comunicação é o pilar fundamental em qualquer ambiente de trabalho.
Para o operador de painel, essa conjunção de fatores transforma a jornada de trabalho em um verdadeiro malabarismo. Ele precisa, simultaneamente, tentar fazer um rádio que não funciona operar, concentrar a audição para tentar entender as mensagens, atender telefonemas ininterruptos, enviar fotos do painel para os coordenadores e, acima de tudo, garantir que a fábrica continue operando e produzindo sem interrupções. É como se esperassem que esse profissional tivesse “mais de duas mãos, mais de dois olhos e mais de dois ouvidos” para dar conta de tantas demandas em um ambiente tão adverso.


Essa sobrecarga de funções somente acontece porque não há treinamento desta mão obra porque a empresa demitiu os experientes, pela falta efetivo e pela baixa senioridade.

Sindipolo-RS participa de debate com senador Paim sobre Ministério do Trabalho, terceirização e saúde do trabalhador

O Sindipolo-RS esteve presente, nesta quarta-feira (18/6), no importante debate realizado na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no RS (SRTE-RS), em Porto Alegre. O encontro contou com a participação do senador Paulo Paim (PT-RS), além da CUT-RS, de representantes de sindicatos, servidores da fiscalização do trabalho e entidades patronais.

Gerson Medeiros, secretário de Relações Institucionais do Sindipolo-RS, destacou, durante sua fala, a necessidade de fortalecer a unidade entre diferentes categorias e movimentos sindicais na defesa dos direitos dos trabalhadores. Ele enfatizou a importância de valorizar o papel dos auditores fiscais do trabalho e de garantir condições seguras de trabalho, especialmente para os trabalhadores da indústria petroquímica e terceirizados.

Gerson também alertou sobre os riscos da exposição a agentes químicos perigosos, como o benzeno, e a urgência de avançar em medidas que reduzam os níveis de exposição e a jornada de trabalho: “A redução de jornada significa também menos exposição a agentes que adoecem e matam, como o benzeno, tanto nas refinarias quanto nos postos de combustíveis. É uma luta pela vida”, reforçou.

O senador Paulo Paim trouxe ao debate sua trajetória de luta em defesa dos direitos trabalhistas e anunciou a destinação de recursos para a recuperação da estrutura física da SRTE-RS, reforçando a importância da fiscalização para proteger os trabalhadores de condições precárias e riscos à saúde.

O superintendente regional do Trabalho, Claudir Nespolo, destacou o esforço da atual gestão para enfrentar os problemas da terceirização e melhorar os processos de contratação no serviço público, com foco na garantia de direitos para todos os trabalhadores, incluindo os terceirizados que atuam nas áreas mais vulneráveis, como saúde, alimentação e limpeza.

O Sindipolo-RS reafirma seu compromisso de continuar na luta em defesa da vida, da saúde e dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras da indústria petroquímica e de todos os segmentos impactados pela precarização.

Innova promove o “BIG BROTHER” no seu ambiente de trabalho.

“O zumbido constante dos equipamentos na sala de controle ecoa o ritmo frenético de um trabalho já exaustivo. A cada tela, um desafio, uma responsabilidade que pesa sobre os ombros dos trabalhadores. E agora, um novo elemento se soma a essa equação: o olhar fixo das câmeras de vigilância.
Essa adição, pensada talvez para otimizar processos ou garantir a segurança, lança uma sombra de desconfiança sobre o ambiente de trabalho. Onde antes havia a pressão natural das demandas, agora paira a sensação de escrutínio constante, um lembrete silencioso de que cada movimento está sendo observado.


Mas até onde vai o direito da Innova de fiscalizar e onde começa o direito à privacidade do trabalhador.
A lei não permite o uso de câmeras em locais íntimos como banheiros, vestiários, refeitórios, e ambientes estritamente pessoais. Por outro lado, em áreas comuns de trabalho, o monitoramento é aceito, desde que os trabalhadores estejam cientes da existência das câmeras e suas finalidades. Monitorar não é o mesmo que microgerenciar. O excesso de controle já está gerando a desmotivação e atrito no ambiente de trabalho. A vigilância se torna um abuso quando as câmeras estão voltadas diretamente para a mesa de trabalho do trabalhador, no uso continuo sem justificativa clara, no uso para constranger ou punir, que neste caso, o Gerente de Produção, já confirmou que usara esta prerrogativa e na falta de aviso prévio ou consentimento como prevê a LGPD.


Para os mais novos, que chegam com a expectativa de um ambiente colaborativo e de crescimento, a sala de controle, com sua atmosfera carregada e a promessa de vigilância incessante, torna-se um espaço a ser evitado. A busca por locais de trabalho que inspirem, que confiem no potencial humano e que ofereçam um equilíbrio saudável entre vida profissional e pessoal é uma marca desta geração.


É fundamental que as Innova reflitam sobre o impacto de tais medidas, o respeito pelos trabalhadores vai além do cumprimento de obrigações contratuais; envolve a criação de um ambiente onde se sintam valorizados, confiáveis e seguros. Em vez de instrumentos de controle, que tal investir em comunicação transparente, em processos que aliviem a sobrecarga e em lideranças que inspirem confiança? Afinal, um time que se sente respeitado é um time mais engajado e, consequentemente, mais eficiente.”

SINDIPOLO REALIZA PLENÁRIA E DEBATE CAMPANHA SALARIAL

Os sindicalistas do SINDIPOLO estiveram, durante toda a manhã da sexta-feira (06), participando da reunião de planejamento da entidade com vistas a campanha salarial, cujas datas-bases se dão no segundo semestre, nos meses de setembro (Arlanxeo) e outubro (Braskem, Innova e Oxiteno).
A programação incluiu uma análise política do momento e, também, econômica, feitas pelo deputado estadual Miguel Rossetto e pelo economista do DIEESE, Ricardo Franzoi.


Rossetto falou sobre a conjuntura política destacando o momento vivido no Brasil. De acordo com o parlamentar, a agenda hoje é de pleno emprego, com a economia crescendo, investimentos chegando, constituindo um momento extremamente favorável às negociações.

O parlamentar lembrou o reajuste de 8% do piso salarial do RS, aprovado recentemente pela Assembleia Legislativa, que baliza muitas negociações e que na faixa 1 atingiu praticamente o piso de muitas categorias. “É uma valorização do trabalho, que se deu pela luta e posicionamento dos sindicatos, somado a um cenário positivo, em um ambiente democrático, com espaço para a organização e o debate político”, avaliou. Rosseto frisou que no caso dos petroquímicos, houve um importante aporte de recursos no Polo Petroquímico do RS, anunciados pelo governo Lula no início deste ano.


Outro tema abordado pelo parlamentar na sua fala com os petroquímicos foi a questão do Benzeno, que teve importantes avanços nos últimos dois anos, mas que ainda exige uma importante luta no sentido de resgatar tudo que foi abolido pelo governo anterior em termos de segurança no trabalho. Ele também chamou a atenção da necessidade de que os trabalhadores/as acompanhem questões que têm impacto no setor, como a substituição do uso da nafta pelo gás e em relação a política de benefícios fiscais, que deve ser alterada em 2026. Lembrou que os trabalhadores sempre defenderam a verticalização do setor petroquímico/petroleiro, com controle do poço ao posto. Neste sentido, defendeu maior participação da Petrobrás na petroquímica, uma bandeira histórica da classe trabalhadora, e a reestatização da BR Distribuidora, privatizada no governo anterior.


Finalizando, convidou os petroquímicos a participarem, no dia 16 de junho, de audiência na ALRS, convocada pela Frente Parlamentar em Defesa da Cadeia Produtiva Sustentável do Setor Químico, Petroquímico e Petroleiro, que irá debater questões como redução da produção, ICMS, benefícios fiscais, situação do setor, entre outros.


ECONOMIA FAVORÁVEL


Na sequência, o Economista do DIEESE, Ricardo Franzoi, apresentou os dados econômicos, tanto do Brasil como de outros países e outras informações econômicas, com objetivo de subsidiar a direção do Sindicato a tomar decisões, principalmente em relação às negociações coletivas.


O técnico destacou que nos últimos três anos há um cenário de crescimento e alertou quanto as informações passadas diariamente pela mídia, que levam a uma leitura equivocada da economia.
Sobre as campanhas salariais, frisou que os dados apontam para ganhos reais, com renda maior, as perspectivas de inflação para setembro e outubro, entre outros dados fundamentais para a campanha salarial. Segundo ele, as perspectivas para a data-base setembro seria de 5,9%.


Ele apresentou, ainda, o resultado das negociações no país desde o início do ano até abril (últimos dados disponíveis na data), que apontaram que 84% dos reajustes ficaram acima da inflação, com um índice médio de 1,7% acima do INPC, sendo o principal na indústria.


Além dos cenários apresentados pelos palestrantes convidados, na parte da tarde, o encontro seguiu com a elaboração da pauta e de estratégias da campanha salarial, elaboração de consulta pública entre os trabalhadores/as e proposta de calendário para a negociação. Lembrando que este ano, a negociação trata apenas das cláusulas econômicas do ACT.