Os sindicalistas do SINDIPOLO estiveram, durante toda a manhã da sexta-feira (06), participando da reunião de planejamento da entidade com vistas a campanha salarial, cujas datas-bases se dão no segundo semestre, nos meses de setembro (Arlanxeo) e outubro (Braskem, Innova e Oxiteno).
A programação incluiu uma análise política do momento e, também, econômica, feitas pelo deputado estadual Miguel Rossetto e pelo economista do DIEESE, Ricardo Franzoi.
Rossetto falou sobre a conjuntura política destacando o momento vivido no Brasil. De acordo com o parlamentar, a agenda hoje é de pleno emprego, com a economia crescendo, investimentos chegando, constituindo um momento extremamente favorável às negociações.
O parlamentar lembrou o reajuste de 8% do piso salarial do RS, aprovado recentemente pela Assembleia Legislativa, que baliza muitas negociações e que na faixa 1 atingiu praticamente o piso de muitas categorias. “É uma valorização do trabalho, que se deu pela luta e posicionamento dos sindicatos, somado a um cenário positivo, em um ambiente democrático, com espaço para a organização e o debate político”, avaliou. Rosseto frisou que no caso dos petroquímicos, houve um importante aporte de recursos no Polo Petroquímico do RS, anunciados pelo governo Lula no início deste ano.
Outro tema abordado pelo parlamentar na sua fala com os petroquímicos foi a questão do Benzeno, que teve importantes avanços nos últimos dois anos, mas que ainda exige uma importante luta no sentido de resgatar tudo que foi abolido pelo governo anterior em termos de segurança no trabalho. Ele também chamou a atenção da necessidade de que os trabalhadores/as acompanhem questões que têm impacto no setor, como a substituição do uso da nafta pelo gás e em relação a política de benefícios fiscais, que deve ser alterada em 2026. Lembrou que os trabalhadores sempre defenderam a verticalização do setor petroquímico/petroleiro, com controle do poço ao posto. Neste sentido, defendeu maior participação da Petrobrás na petroquímica, uma bandeira histórica da classe trabalhadora, e a reestatização da BR Distribuidora, privatizada no governo anterior.

Finalizando, convidou os petroquímicos a participarem, no dia 16 de junho, de audiência na ALRS, convocada pela Frente Parlamentar em Defesa da Cadeia Produtiva Sustentável do Setor Químico, Petroquímico e Petroleiro, que irá debater questões como redução da produção, ICMS, benefícios fiscais, situação do setor, entre outros.
ECONOMIA FAVORÁVEL
Na sequência, o Economista do DIEESE, Ricardo Franzoi, apresentou os dados econômicos, tanto do Brasil como de outros países e outras informações econômicas, com objetivo de subsidiar a direção do Sindicato a tomar decisões, principalmente em relação às negociações coletivas.
O técnico destacou que nos últimos três anos há um cenário de crescimento e alertou quanto as informações passadas diariamente pela mídia, que levam a uma leitura equivocada da economia.
Sobre as campanhas salariais, frisou que os dados apontam para ganhos reais, com renda maior, as perspectivas de inflação para setembro e outubro, entre outros dados fundamentais para a campanha salarial. Segundo ele, as perspectivas para a data-base setembro seria de 5,9%.
Ele apresentou, ainda, o resultado das negociações no país desde o início do ano até abril (últimos dados disponíveis na data), que apontaram que 84% dos reajustes ficaram acima da inflação, com um índice médio de 1,7% acima do INPC, sendo o principal na indústria.
Além dos cenários apresentados pelos palestrantes convidados, na parte da tarde, o encontro seguiu com a elaboração da pauta e de estratégias da campanha salarial, elaboração de consulta pública entre os trabalhadores/as e proposta de calendário para a negociação. Lembrando que este ano, a negociação trata apenas das cláusulas econômicas do ACT.