Negociação do ACT avança lentamente e empresas negam principais reivindicações

Nesta quinta-feira, 9 de maio, o Sindipolo realizou a segunda reunião de negociação com as empresas Braskem, Innova e Arlanxeo-EPDM para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho em Turno (ACT-T). A reunião ocorre após a entrega, no dia 16 de abril, da pauta construída coletivamente com a categoria e aprovada em assembleia.

As propostas apresentadas pelos trabalhadores/as em turno reúnem apenas seis itens principais, voltados à melhoria das condições de trabalho, saúde e valorização pelo desgaste físico e mental gerado pela jornada contínua e exigente. Mesmo com uma pauta enxuta e razoável, as empresas, como tem sido recorrente nas mesas de negociação, rejeitaram praticamente todos os pontos levantados – inclusive aqueles que não implicam impacto econômico direto.

Diante da postura patronal, uma nova reunião foi agendada para ocorrer nos próximos 10 dias. O Sindipolo reforça a necessidade de que as negociações avancem com mais agilidade, evitando o prolongamento injustificado das tratativas. “Não é admissível que os turneiros do Polo Petroquímico do RS tenham que buscar melhores condições de trabalho em outras regiões do país, inclusive em empresas que atuam também aqui no estado”, ressalta a direção do Sindicato.

O cenário atual de valorização insuficiente tem contribuído para um número crescente de trabalhadores que pedem demissão em busca de salários mais justos e condições adequadas de trabalho. O Sindipolo avalia que a categoria tem força e disposição para mobilizações, caso as empresas sigam ignorando as pautas apresentadas.
Negociações com a Arlanxeo-EPDM seguem travadas

A Arlanxeo-EPDM tem se destacado negativamente nas negociações. A empresa recusou a concessão do auxílio semestral de R$ 500,00 aos trabalhadores brigadistas de turno e insiste em não permitir a prática da troca com dobra, que já está prevista no ACT-T atual.

O Sindipolo alertou novamente para o descumprimento do acordo coletivo e informou que o tema será retomado na próxima reunião. A insistência em retroceder em cláusulas já consolidadas preocupa a entidade sindical, que exige o cumprimento integral do ACT vigente.
Confira os principais pontos da pauta dos turneiros:

Auxílio-Brigadista de R$ 500,00 por semestre para os trabalhadores da Arlanxeo-EPDM;

Auxílio Condicionamento Físico para todos os turneiros (Innova e Braskem);

Tempo máximo de deslocamento residência-trabalho e trabalho-residência limitado a 1h30;

Hora-extra (HE) de 120% para todos os turneiros, inclusive em dobras e antecipações de jornada aos finais de semana, sem distinção de cargo;

Inclusão do pagamento de HE na passagem de turno para ROIs/Supervisores de turno;

Pagamento das horas-extras dentro do mês, ou no mês subsequente, conforme o fechamento da folha;

Aprimoramento da redação da cláusula que trata do pagamento de HE no Natal, Ano Novo e no feriado do Dia da Consciência Negra (20 de novembro);

Apresentação dos valores atualizados das apólices de seguro de vida dos trabalhadores de turno e diferenciação para brigadistas;

Renovação do ACT-T por 24 meses, com vigência de 2 de maio de 2025 a 2 de maio de 2027.

O Sindipolo segue firme na defesa da categoria e espera que as empresas demonstrem disposição para atender às justas demandas dos turneiros já na próxima reunião. Caso contrário, o caminho natural será o da mobilização e pressão coletiva por respeito e valorização.

Corte de custos da Braskem compromete alimentação, segurança e saúde de trabalhadores no Polo de Triunfo

A busca pela redução de custos, por parte da Braskem, está atingindo níveis alarmantes no Polo Petroquímico de Triunfo. Recentes decisões da empresa têm comprometido diretamente a qualidade da alimentação e a segurança dos trabalhadores, afetando tanto as condições de trabalho quanto a resposta a emergências.

Um dos principais retrocessos foi a substituição do sistema de buffet por quentinhas para os trabalhadores do laboratório. As refeições, agora acondicionadas em caixas térmicas e sem sistema de aquecimento, representam um claro rebaixamento na qualidade da alimentação oferecida. A medida tem gerado indignação entre os trabalhadores, que esperam de uma empresa do porte da Braskem, considerada “de classe mundial”, o respeito mínimo às condições dignas de trabalho.

A situação se agrava para os trabalhadores da área de emergência, que também perderam o acesso à alimentação na copa da unidade. Eles passaram a ser obrigados a se deslocar até o restaurante central para se alimentarem. Como a sala de comunicação de emergência não pode permanecer sem pessoal, os trabalhadores precisam fazer revezamento para as refeições, o que, na prática, aumenta o tempo de resposta a situações de risco. Esse tempo é decisivo no enfrentamento de sinistros e pode colocar em risco não apenas os trabalhadores, mas toda a estrutura industrial.

Apesar do discurso oficial da empresa, que afirma que “a segurança é inegociável” e que “as pessoas são o maior bem da Braskem”, as ações mais recentes mostram o contrário. A gestão da empresa reduziu em 20% o número de brigadistas no combate a emergências no Polo. A justificativa apresentada pela coordenação de emergências da empresa é a Resolução Técnica 15 de 2024, do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul, que permitiria um corte ainda maior. No entanto, segundo a empresa, a decisão de limitar a redução a 20% teria sido tomada em nome de uma postura “protetiva”.

Na prática, essa redução representa um risco real. A diminuição do efetivo de brigadistas se soma a outras medidas de contenção de custos, como a retirada de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) em algumas áreas e a insuficiência de equipamentos de ar mandado para todos os serviços que exigem o uso. Essa combinação expõe os trabalhadores a contaminantes como o benzeno, substância altamente tóxica.

Para o Sindipolo-RS, essas medidas representam uma grave violação das condições de segurança e saúde dos trabalhadores. O sindicato denuncia que os discursos da empresa estão cada vez mais distantes da realidade enfrentada pelas equipes dentro das unidades. O corte de custos, quando atinge itens essenciais como alimentação, segurança e proteção à saúde, revela uma lógica de gestão que desvaloriza a vida dos trabalhadores em nome da rentabilidade.

O Sindipolo continuará acompanhando a situação, denunciando os retrocessos e exigindo que a Braskem reveja imediatamente essas medidas, retomando o respeito aos direitos e à dignidade dos trabalhadores.

Querido amigo, camarada e companheiro JORJÃO

Iniciou nos anos 80 a sua atividade profissional no Polo Petroquímico de Triunfo-RS como Técnico Mecânico Industrial na empresa Polisul, que depois passou a se chamar Ipiranga Petroquímica e atualmente Braskem-PP2/PE5.
Já no final dos anos 80 (1989) ajudou intensamente na construção do Sindipolo como uma entidade sindical combativa, atuante e classista, fazendo parte do MAS (Movimento de Ação Sindical), assumindo, junto com outros companheir@s a Direção do Sindipolo.
Uma das primeiras conquistas do Sindipolo que teve participação crucial do companheiro JORJÃO, foi a Conquista da 5ª Turma de Turno no Polo-RS, obtida pela vitoriosa Greve de 1989.
Idealizador do monumento pelos 10 anos da conquista da 5ª Turma de Turno na via de acesso ao Polo (RST 124), uma rocha monolítica instalada na Rótula 3 (Rótula da Corsan/Sitel).
Ajudou também na organização do Departamento Nacional dos Químicos na CUT, que na sequência no desenvolvimento do movimento sindical, passou a ser a CNQ.
Sempre presente, perene e atuante na Luta Antirracista, debatendo e fazendo avançar as atitudes contra os preconceitos raciais, fortalecendo o MNU e educando a temática Antirracista por dentro do Movimento Sindical.
Participou do Governo do Rio Grande do Sul (1998-2002) com Olívio Dutra e Miguel Rossetto desenvolvendo a Economia Solidária.
No Governo Lula (2003) pode dar sequência nacional na Economia Solidária através de sua participação na Secretaria da Economia Solidária.
Graduado em História na Unilasalle de Canoas/RS, seguindo na sua formação acadêmica com o Mestrado e Doutorado, na qual defendeu tese sobre os Quilombos em Canoas.
JORGE LUIS DA SILVA NASCIMENTO, o Guerreiro JORJÃO, um legítimo militante da Classe Trabalhadora!
Sua garra, autenticidade e perseverança permanecerão para sempre na História do Movimento Sindical e Antirracista no Brasil!
JORJÃO, presente, agora e Sempre!

No dia 28 de Abril, petroquímicos destacam a importância da saúde e segurança dos trabalhadores/as

Em ato realizado na manhã da segunda-feira (28), na chegada dos trabalhadores/as no Polo Petroquímico de Triunfo-RS, sindicalistas do SINDIPOLO e do SINDICONSTRUPOLO distribuíram informativo alusivo a Data e com destaque da contaminação química pelo BENZENO aos trabalhadores, alertando a importância da Data para uma reflexão necessária sobre saúde e segurança no meio ambiente de trabalho.
O Dia 28 marca o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho e Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, que tem como objetivo chamar a atenção para o grave e absurdo quadro de vítimas de adoecimentos e mortes no trabalho no Brasil e no Mundo.
De fato, os dados são alarmantes:

  • Cerca de 2,3 milhões de mortes anuais por causas laborais (acidentes ou doenças como câncer ocupacional);
  • 317 milhões de acidentes não fatais por ano, muitos resultando em incapacidade permanente;
  • Perdas econômicas equivalem a 4% do PIB global, destacando impactos humanos e financeiros.
    Os sindicalistas aproveitaram o ensejo da Data para, novamente, chamar a atenção para o retrocesso que vêm sendo pretendido pela patronal no Anexo 13-A da NR-15 em relação a exposição ao Benzeno.
    No informativo distribuído há um apelo para que sejam retomadas as Comissões Nacional e Estaduais do Benzeno, a fim de voltar a ter mais proteção aos trabalhadores e trabalhadoras do Polo Petroquímico-RS e do Brasil, inclusive o retorno das visitas técnicas e verificação se o Acordo Nacional do Benzeno está sendo cumprido.
    Nesse sentido, convocaram a Categoria a participar do Abaixo-Assinado, com objetivo de somar forças junto ao Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e outros setores do governo que atuam na Comissão Tripartite Paritária, para que não haja retrocessos. Lembrando que o Benzeno é altamente cancerígeno, genotóxico, que mata trabalhadores do “poço ao posto”!
    Para os trabalhadores, as comissões, o acordo nacional, os GTBs, entre outras, são ferramentas que desde 1995, portanto, há quase 30 anos, vinham sendo utilizadas para proteger e avançar em direção a condições mais seguras contra a exposição a esse agente químico “assassino”. Mas em agosto de 2019, a pedido da organização patronal, o então governo Bolsonaro liquidou com as Comissões Nacional e Estaduais do Benzeno, o que acabou com o monitoramento ao produto, consequentemente levando a uma maior exposição.
    Os Sindicatos das categorias que lidam com o Benzeno nos seus processos, estão, desde 2019, tentando retomar as condições mais seguras à saúde e à vida, mas só em 2023, no governo Lula, tiveram acesso ao Ministro e, em 2024, houve a retomada parcial da Comissão Nacional, ainda não Permanente. E por isso, nesse Dia 28, é importante lembrar a toda a Categoria e a toda a Classe Trabalhadora a importância desta Data, para que os trabalhadores/as não sejam mais vítimas do adoecimento e morte no trabalho.
    Portanto, é um dia de LUTO, mas também um dia de LUTA pela saúde e vida dos trabalhadores e trabalhadoras, ou seja, da Classe Trabalhadora.
    Participe do Abaixo-Assinado pelo link https://sindipetro-rs.org.br/benzeno/
    BENZENO É PIOR QUE VENENO! BENZENO MATA!