Sindipolo acompanha com atenção pressão da Braskem para antecipar horário do administrativo

O Sindipolo-RS está acompanhando com atenção o processo de consulta interna que a Braskem vem realizando para uma possível antecipação do horário de entrada do pessoal do setor administrativo. A iniciativa da empresa tem gerado preocupação entre os trabalhadores e repercussão nos setores da unidade, conforme relata o presidente do sindicato, Ivonei Arnt.

Segundo Ivonei, a empresa tem pressionado os trabalhadores a aceitarem a mudança de horário, ainda que, até o momento, esteja apenas em fase de consulta. “Isso aí está dando um burburinho dentro da empresa”, afirma. Para o presidente, é fundamental monitorar se essa antecipação poderá provocar transtornos e atrasos no cotidiano dos trabalhadores, especialmente aqueles que atuam em regime de turno.

“No administrativo eles podem até antecipar o horário sem grandes problemas, mas no caso dos turnos, qualquer alteração só pode acontecer com um aditivo ao acordo de turno já existente”, explica Ivonei.

O Sindipolo destaca que não há, por enquanto, nenhuma decisão tomada sobre mudança de horário. A posição do sindicato é clara: não haverá alteração para os trabalhadores de turno sem amplo debate com a categoria e, se necessário, com a formalização de um aditivo com prazo determinado.

Ivonei chama atenção para os impactos que uma eventual antecipação pode causar nos trabalhadores que estudam à noite. “Se antecipar o horário, o pessoal vai ficar prejudicado tendo que sair mais cedo da última aula para pegar o ônibus. Hoje já perdem alguns minutos, e antecipando o horário, a situação piora ainda mais”, alerta.

O sindicato reforça seu compromisso com a defesa dos direitos e do bem-estar dos trabalhadores e informa que seguirá monitorando de perto a situação. Se houver necessidade, os trabalhadores serão consultados para decidir coletivamente sobre qualquer proposta de mudança de horário.

A Realidade Por Trás da Reforma na Sala de Controle da Innova.

A busca incessante por produtividade e a otimização de custos, muitas vezes, sacrificam as condições de trabalho dos trabalhadores, podendo resultar acidentes trabalho.


O exemplo é a reforma da sala de controle da Innova que contemplam a manutenção, operação e controle de várias unidades da empresa no mesmo local. Está, visou mais a aparência para o cliente visitante do que o bem estar, o sossego e a calma destes trabalhadores da operação dos Painéis de Controle “SDCD”.

A segurança operacional ficou bastante comprometida porque piorou a acústica do local prejudicando o entendimento do campo com o painel na rotina do dia a dia e piorou numa emergência operacional quando os alarmes, as falas deste local se misturam causando uma extrema dificuldade de entendimento que pode comprometer a segurança de controlar com eficiência uma empresa de alto grau de risco. Contribui com estes desvios de segurança a falta de rádio de comunicação dos operadores de área e a deficiência de comunicação dos poucos rádios existentes que podem acabar gerando acidentes trabalho por falha de comunicação campo/painel.


Infelizmente, a gestão produção conhece o problema e não tomam uma atitude para previnir a segurança. A gestão de produção deve se conscientizar que a comunicação é o pilar fundamental em qualquer ambiente de trabalho.
Para o operador de painel, essa conjunção de fatores transforma a jornada de trabalho em um verdadeiro malabarismo. Ele precisa, simultaneamente, tentar fazer um rádio que não funciona operar, concentrar a audição para tentar entender as mensagens, atender telefonemas ininterruptos, enviar fotos do painel para os coordenadores e, acima de tudo, garantir que a fábrica continue operando e produzindo sem interrupções. É como se esperassem que esse profissional tivesse “mais de duas mãos, mais de dois olhos e mais de dois ouvidos” para dar conta de tantas demandas em um ambiente tão adverso.


Essa sobrecarga de funções somente acontece porque não há treinamento desta mão obra porque a empresa demitiu os experientes, pela falta efetivo e pela baixa senioridade.

Sindipolo-RS participa de debate com senador Paim sobre Ministério do Trabalho, terceirização e saúde do trabalhador

O Sindipolo-RS esteve presente, nesta quarta-feira (18/6), no importante debate realizado na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no RS (SRTE-RS), em Porto Alegre. O encontro contou com a participação do senador Paulo Paim (PT-RS), além da CUT-RS, de representantes de sindicatos, servidores da fiscalização do trabalho e entidades patronais.

Gerson Medeiros, secretário de Relações Institucionais do Sindipolo-RS, destacou, durante sua fala, a necessidade de fortalecer a unidade entre diferentes categorias e movimentos sindicais na defesa dos direitos dos trabalhadores. Ele enfatizou a importância de valorizar o papel dos auditores fiscais do trabalho e de garantir condições seguras de trabalho, especialmente para os trabalhadores da indústria petroquímica e terceirizados.

Gerson também alertou sobre os riscos da exposição a agentes químicos perigosos, como o benzeno, e a urgência de avançar em medidas que reduzam os níveis de exposição e a jornada de trabalho: “A redução de jornada significa também menos exposição a agentes que adoecem e matam, como o benzeno, tanto nas refinarias quanto nos postos de combustíveis. É uma luta pela vida”, reforçou.

O senador Paulo Paim trouxe ao debate sua trajetória de luta em defesa dos direitos trabalhistas e anunciou a destinação de recursos para a recuperação da estrutura física da SRTE-RS, reforçando a importância da fiscalização para proteger os trabalhadores de condições precárias e riscos à saúde.

O superintendente regional do Trabalho, Claudir Nespolo, destacou o esforço da atual gestão para enfrentar os problemas da terceirização e melhorar os processos de contratação no serviço público, com foco na garantia de direitos para todos os trabalhadores, incluindo os terceirizados que atuam nas áreas mais vulneráveis, como saúde, alimentação e limpeza.

O Sindipolo-RS reafirma seu compromisso de continuar na luta em defesa da vida, da saúde e dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras da indústria petroquímica e de todos os segmentos impactados pela precarização.

Innova promove o “BIG BROTHER” no seu ambiente de trabalho.

“O zumbido constante dos equipamentos na sala de controle ecoa o ritmo frenético de um trabalho já exaustivo. A cada tela, um desafio, uma responsabilidade que pesa sobre os ombros dos trabalhadores. E agora, um novo elemento se soma a essa equação: o olhar fixo das câmeras de vigilância.
Essa adição, pensada talvez para otimizar processos ou garantir a segurança, lança uma sombra de desconfiança sobre o ambiente de trabalho. Onde antes havia a pressão natural das demandas, agora paira a sensação de escrutínio constante, um lembrete silencioso de que cada movimento está sendo observado.


Mas até onde vai o direito da Innova de fiscalizar e onde começa o direito à privacidade do trabalhador.
A lei não permite o uso de câmeras em locais íntimos como banheiros, vestiários, refeitórios, e ambientes estritamente pessoais. Por outro lado, em áreas comuns de trabalho, o monitoramento é aceito, desde que os trabalhadores estejam cientes da existência das câmeras e suas finalidades. Monitorar não é o mesmo que microgerenciar. O excesso de controle já está gerando a desmotivação e atrito no ambiente de trabalho. A vigilância se torna um abuso quando as câmeras estão voltadas diretamente para a mesa de trabalho do trabalhador, no uso continuo sem justificativa clara, no uso para constranger ou punir, que neste caso, o Gerente de Produção, já confirmou que usara esta prerrogativa e na falta de aviso prévio ou consentimento como prevê a LGPD.


Para os mais novos, que chegam com a expectativa de um ambiente colaborativo e de crescimento, a sala de controle, com sua atmosfera carregada e a promessa de vigilância incessante, torna-se um espaço a ser evitado. A busca por locais de trabalho que inspirem, que confiem no potencial humano e que ofereçam um equilíbrio saudável entre vida profissional e pessoal é uma marca desta geração.


É fundamental que as Innova reflitam sobre o impacto de tais medidas, o respeito pelos trabalhadores vai além do cumprimento de obrigações contratuais; envolve a criação de um ambiente onde se sintam valorizados, confiáveis e seguros. Em vez de instrumentos de controle, que tal investir em comunicação transparente, em processos que aliviem a sobrecarga e em lideranças que inspirem confiança? Afinal, um time que se sente respeitado é um time mais engajado e, consequentemente, mais eficiente.”